Só quem participa sabe como é a preparação e a competição. Cronogramas, reuniões, preparação da prancha, condicionamento físico, recuperação, nutrição, aquecimento na pista, a rotina básica do dia competitivo. Na competição, tudo tem que ser perfeito. Chegamos na largada e montamos uma base, onde fica a mesa de esqui, para preparar as pranchas antes de cada descida. Minha mochila é cuidadosamente preparada com líquidos para hidratação, alimentos específicos para a largada, bebidas energéticas, elásticos para exercícios de aquecimento, três óculos de proteção e dois pares de luvas. Em dias de nevasca, até levamos um guarda-chuva. A descida dura no máximo 1,5 minuto e, em média, em um dia de competição, passamos de três a quatro horas na montanha, completando de quatro a seis descidas na pista SBX, além de cerca de três descidas de aquecimento fora das pistas SBX. Então, na maior parte do tempo, estamos nos preparando, analisando e esperando.
As câmeras de filmar estão trabalhando duro, todas as minhas descidas são filmadas de pelo menos um ângulo que nos permite ver uma parte importante da pista, e também gravamos os melhores atletas para referência. Antes de cada descida, me comunico com meu treinador Ivan, por rádio para obter feedback sobre a corrida, a linha e o desempenho dos outros atletas em vários trechos. O treinador da equipe argentina, Maxi Cataldi, também nos ajuda, fornecendo feedback de outros trechos da pista que Ivan não consegue ver. O atleta brasileiro Lucas Falcone, que sempre teve um grande interesse em tudo relacionado à tração da prancha, se juntou a nós e fez um ótimo trabalho em Montafon e Solitude. Além disso, pela primeira vez, ele ganhou pontos para participar das etapas da Copa do Mundo de Snowboard. Em Solitude, além de trabalhar duro acelerando minhas pranchas e as dele, que também competiu como atleta! Minha irmã Ana também estava lá para me ver e acabou com uma câmera na mão, ajudando nas filmagens e dando mais suporte.
Também estamos com uma fisioterapeuta nesta temporada, Jacqueline Poffet, que trabalhava com a equipe suíça há muitos anos e sempre nos ajudou muito em algumas ocasiões em que me machuquei. Durante a etapa Solitude, após a classificação, eu estava me sentindo mal, com fortes dores musculares, e o trabalho dela foi crucial para que eu me sentisse bem no dia da final.
É isso que acontece nos bastidores de um dia de competição. Dias intensos em que busco as melhores condições para dar o meu melhor na pista!
Estou passando por uma fase interessante na minha carreira. Sei que estou perto do fim e estou me esforçando para inovar e me motivar. Acredito que esse é o combustível para um atleta. Quanto mais motivação, mais energia e criatividade para encontrar maneiras de se destacar.
Para quem quiser ficar conectado e me acompanhar, as próximas etapas do circuito da Copa do Mundo serão:
Bansko, Bulgária: 2 de fevereiro (qualificação); 4 de fevereiro (final)
Feldberg, Alemanha: 10 de fevereiro (qualificação); 11 e 12 de fevereiro (finais 1 e 2)
La Molina, Espanha: 4 de março (qualificação); 5 de março (final)
Sierra Nevada, Espanha (Campeonato Mundial): 11 de março (qualificação); 12 de março (final)
Veysonnaz, Suíça: 24 de março (qualificação); 25 de março (final)
É isso, obrigado pelo apoio e vamos lá, Brasil na neve!!



